quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Cronologia de Vieira

1608

No dia 6 de fevereiro, em Lisboa, nasce Antônio Vieira. É o primogênito de quatro filhos de Cristóvão Vieira Revasco ( escrivão alentejano) e de Maria de Azevedo (lisboeta), com quem aprende a ler e a escrever. A avó paterna era negra.

1615

Antônio Vieira e a mãe mudam-se para a Bahia, onde o pai está desde 1609. Em 1623 , entra para o Colégio dos Jesuítas em Salvador da Bahia. Nos anos seguintes se dedica ao estudo das línguas nativas. Em 1626, Vieira é enviado para o Colégio de Olinda (Pernambuco), onde ensina retórica.

1633

Faz a pregação dos primeiros sermões em Salvador, dois anos antes de ser ordenado padre. Depois do ataque de 1624, os holandeses voltam à carga, em 1640, tentando ocupar Salvador. Vieira proclama o Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as da Holanda, em maio. Em dezembro se dá restauração da Monarquia portuguesa e D. João IV é aclamado. Em 1642, ele diz o primeiro sermão na Capela Real: o Sermão do Ano Bom no primeiro dia do ano. No ano seguinte, sugere ao rei a criação de companhias de comércio e o cultivo de especiarias da Índia no Brasil. Em 1646, começa as missões diplomáticas em nome da Coroa portuguesa.

1649

Idéia de padre António Vieira, a Companhia Geral do Comércio do Brasil é criada, com o monopólio do comércio do bacalhau, azeite, vinho e trigo. Primeiras denúncias à Inquisição. Começa a redigir a História do Futuro. Em 1653, chega ao Maranhão como superior dos missionários jesuítas do Maranhão e Pará. Prega o primeiro grande sermão contra a escravatura, o Sermão das Tentações.

1659

Carta de Vieira ao seu amigo padre André Fernandes, bispo titular do Japão, intitulada Esperanças de Portugal, onde expõe a sua visão do Quinto Império do Mundo. No ano seguinte, Fernandes é intimado a entregar o escrito no Santo Ofício (tribunal da Igreja Católica para julgar crimes contra a fé). Em 1662 , a Inquisição instaura um processo por delito de heresia. Dois ano depois, Vieira é condenado à prisão pela Inquisição.

1665

Vieira fica confinado até ao fim do processo. Entrega a sua defesa ao Santo Ofício no ano seguinte. Em 1667, Vieira é sentenciado pelo tribunal eclesiástico a viver confinado em Lisboa, com a interdição de pregar. Um golpe de estado afasta d. Afonso VI, entregando a regência a d. Pedro, seu irmão. Em 1668, Vieira é libertado em junho, mediante decreto do Santo Ofício a conceder o perdão das suas penas.

1669

Parte para Roma a fim de anular as limitações impostas pela Inquisição, onde freqüenta a cúria romana e fica até 1675. Vieira obtém, em 1674, do papa Clemente X, a suspensão de todas as atividades do Tribunal da Inquisição em Portugal e o direito de os cristãos-novos (judeus convertidos ao cristianismo) recorrerem das condenações. D. Pedro II exige o seu regresso a Portugal.

1679

Publicação do primeiro volume da edição portuguesa dos Sermões, organizada pelo próprio Vieira e chamada de editio princeps, que teria 12 volumes. Em 1681, embarca definitivamente para Salvador, Bahia. Por causa das pressões de d. Pedro II e dos bispos portugueses, o papa restabelece o tribunal do Santo Ofício. Recomeçam em Portugal as execuções - os autos-de-fé. Estudantes de Coimbra queimam em efígie o padre Antônio Vieira, festejando o retorno da Inquisição. Em 1682, é criada a Companhia do Comércio do Maranhão, sugerida por Vieira. No ano seguinte, depois da morte de d. Afonso VI, d. Pedro II é declarado rei.

1697

Preparou para publicação o 12º volume dos Sermões, que seria realizada em 1699. Ditou a sua última carta em 12 de julho. Padre Antônio Vieira morre em Salvador em 18 de julho. A arca onde estavam guardados muitos dos seus manuscritos desapareceu. Em 1720, os seus ossos, enterrados no Colégio dos Jesuítas, foram colocados numa urna que também sumiu.

(Estado de S. Paulo 3.2.08)